23 de junho de 2010


Sabe aqueles dias que o dia amanhece cinza? Não importa se faça sol, tem uma nuvem em cima de vc? E por mais que se tente melhorar o humor, pintar um sol, espantar a nuvenzinha... Não adianta! Parece que forças maiores exigem que vc sinta aquela sensação, se sinta mal, tenha uma epifânia sofrida pra se livrar na maldita nuvem.
É, hoje eu estava assim! E odeio ficar assim. Mas acho que é pra eu parar com essa mania de segurar a onda, matar tudo no peito, assumir que aguento tudo. Nem sempre aguentamos tudo... As vezes, precisamos desabar prar nos reconstituir.
E eu desabei... E vou me reconstituir.
As vezes poensamos que nossa rotina é um pesadêlo, que não é verdade o que vivemos, lidamos com situações conflitante, apenas como se fosem algo passageiro, como um sonho que acordaremos em breve. Mas não é! É a realidade e temos que enfrentá-la de qualquer forma, senão, o que vai desabar são nossas fundações.
Hoje eu me frustrei. Não admito, mas acho que já vivo nesse estado de frustração, me enganando que já superei certas coisas, há um bom tempo.
Mas não é verdade! E dói, (e doeu, tá doendo) assumir que eu não passo de uma criancinha mal resolvida, que ainda espera que o doce prometido, o brinquedo que nunca vai chegar. Mas ser adulto e ter consciência do seu estado de maturidade, consiste em assumir quando estamos negligênciando nossa crinaça interior, o que se torna mais difícil para um adulto, pq somos tão complexos e arrogantes... É mais fácil ser criança, e somos mais verdadeiros, conosco, com os outros e com o mundo.
É... Não aceitamos que as pessoas principalmente os "mais próximos" não podem nos dar o que elas são desprovidas. Eu tentei entender isso... Mas na hora... São sempre as mesmas sensações... Aí vem a tempestade, as perguntas conflitantes:
Pq eu? Pq comigo? Pq isso? Pq? pq? pq? O que foi que eu fiz?
E como uma luz, me vem a parábola da pequena chama a mente:
- A pequena chama da vela queria brilhar, mas estava debaixo do sol... Então teve permissão para encontrar seu próprio espaço e brilhar por si. Pois debaixo do sol, sua cera derreteria mais rápido. Então, ela se encontrou em meio da escuridão e se apavorou... Mas ela só podia brilhar no meio da escuridão...Ela buscava a sua luz, seu espaço para brilhar, mas isso só era possível na escuridão, e uma vez assumido esse propósito, não tem mais volta.
Então, o que tiro de lição é: Que eu sou capaz de sobreviver na escuridão e encontrar a minha luz. Na verdade, todos nós somos!
Depois de muito chorar, de saber que nunca terei respostas... Deixei de pensar no propósito sem sentido que deram á minha vida, e resolvi buscar um propósito meu, só por mim, sem me atrelar ou esperar nada de ninguém. Nada que seja reconhecimento, carinho, status, o escambau!
Assistindo ao filme "Menina de Ouro", me inspirei! Calma lá... Não me sinto a menina de ouro, mas é inevitável não fazer comparações: Assim como a personagem, eu também vim de uma cidade no meio do nada e nunca me faltou força de vontade de viver e ser tudo que quero.
Me arrependi por muitas vezes querer desistir... Pq não tinha conseguido ser ou ter tudo que sempre desejei, sonhei, almejei, não alcancei completamente meus objetivos... Como eu poderia desistir? Mas, como nada é por acaso, vejo que talvez, seja um dos principais motivos de eu ter sido mãe de uma forma estúpida... (Mais uma vez, calma aí, foi só a forma que engravidei que foi estúpida, pq meu filhote é a minha maior bênção e a melhor coisa na minha vida)... Pra eu perceber através da maternidade que não posso desistir das minhas conquistas, não posso desistir de chegar onde quero, de fazer o que quero, de mais uma vez contrariar "expectativas" contrárias.
Poxa, eu lutei pra estar aqui, contrariei as expctativas desde o ventre, superei doenças, superei traumas horríveis sem me corromper... E só pq eu não me sinto amada pelas pessoas que eu ( e muitas outras pessoas também) acredito que poderiam me amar deliberadamente, não me amam como eu gostaria, não me aceitam como eu gostaria, não me apoiam como eu gostaria, não me entendem como eu gostaria... Enfim... Eu vou desistir de acreditar em mim? Não! Nunca!
Tantas outras pessoas maravilhosas na minha vida, com tanto a me ensinar, com tanto para rir, que seja de alegria, de tristezas, de evolução... e por causa de uma 12 eu vou perder 100? Não! Nem as 100 pessoas, nem a única que vale por 1 bilhão, meu filho, eu desisto.
Deixar de amar, nunca vou conseguir... É mais forte que eu e coração é bicho indomável... Mas se não me amam, eu amarei mesmo assim. Se não faz diferença pra eles, faz diferença pra mim! Mesmo que as vezes eu me odeie por me derreter por pessoas que nem estão aí para o que sinto... Já corre nas minhas veias esse sentimento. Então... Mesmo nascendo do desamor, eu amo! Eu cada vez mais ele cresce, por todos que me cercam, pelo meu filho, pela minha vida!
E abençoad@s sejam tod@s que me magoaram, me feriaram, me enganaram, me usaram, me amaram, me ensinaram, me iludiram... Abençoad@s sejam todos, pois me moldaram além da compreenção me tornando uma pessoa melhor!
Mesmo com essa dorzinha me incomodando, sou grata por tudo! Abençoada seja minha vida, minha maternidade, meu amor, minha saúde e minha garra! Que cada vez mais eu seja capaz de me fortalecer nos momentos de crise e que nunca deixe me faltar as verdadeiras amizades, que elas se multipliquem, como flores na primavera!
Assim seja!
Blessed Be!

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