11 de janeiro de 2009




O verdadeiro conto-de-fadas


A vida dela nunca foi um conto de fadas.

Ela não nasceu em berço de ouro, tampouco fora

uma princesa

mas assim gostavam de chama-la, então assim foi.

Ela não era eu, mas eu já fui ela.


Ela queria ser uma sereia, apesar de só ter

conhecido o mar aos nove anos de idade.

Eu sonhava com todo o glamour daqueles lindos,

longos e mágicos vestidos,

que só as fadas-madrinhas sabiam fazer


Ela tinha o rosto da branca de neve

e sonhava com o dia que o doce beijo do príncipe

encantado

a despertasse para a felicidade eterna.


Ela tinha medo das feiticeiras, das madrastas

malvadas, dos gigantes...

Ela vivia num reino feliz onde todas as criaturas

eram encantadas

e onde não havia nenhum fuso de fiar onde ela

pudesse espetar o dedo e dormir para sempre.


Para ela, tudo estava perfeito.


Até que um dia ela cresceu... e todo esse faz de conta

tornou-se pó, diante de seus olhos.


Não existiam mais sereias. Nem vestidos.

Fada-madrinha, só em estorinha de criança mesmo.

"Rosto da branca de neve?? Sonha querida... você tá

mais pra gata borralheira..." Um dia ela ouviu.


A pior das mentiras foi a do príncipe encantado... ela

só encontrou sapos.


O mundo é cruel quando todos os seus sonhos

infantis morrem. Tudo é real demais pra suportar.

Então, ela sentiu a dor de toda essa realidade... e

então ela morreu e virou EU.


Eu não acredito mais em contos de fadas.


Mas uma coisa não morreu, e jamais irá morrer.


A ESPERANÇA DA FELICIDADE ETERNA.


(Debora Carvalho)

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